JOANA ESPADINHA

CICLO "QUINTA ÀS 7"

QUINTA, 12 DEZEMBRO | 19H00

CAFÉ CONCERTO

CE: M/6

DURAÇÃO: 1H15 (APROX)

PREÇÁRIO:
3€ (com descontos)

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JOANA ESPADINHA

SINOPSE

De início, Joana Espadinha levou-nos a dançar e depois fez-nos pensar. E bem. Em dois singles mostrou ao que vinha, começando o ano de 2018 com “Leva-me a Dançar” e desvendando, mais tarde, “Pensa Bem”. É uma cantora, autora, executante. É música de corpo inteiro. Faz canções que nos agarram, ativam a circulação de emoções e a vibração dos músculos, desde logo o coração, e tanto nos convidam a menear as ancas como nos abanam. 

“O Material Tem Sempre Razão”, o seu novo trabalho, é um disco pop que mergulha no património da música portuguesa e no legado de vozes como as de Lena d’Água ou Gabriela Schaff, como emerge inspirando-se diletantemente em artistas como Air, Stereolab, Aimee Man, Feist ou ainda nas bandas sonoras francesas e na eletrónica sensual dos anos 60. Um conjunto de canções raras que exprimem uma voz forte e cristalina, inteligente e esclarecida, emancipada e sedutora.

“O Material Tem Sempre Razão” sucede a “Avesso”, um primeiro registo em que era já visível o talento para a escrita de canções mas que este “Material Tem Sempre Razão” “materializa” de forma consistente e a que não será alheio o facto de a produção ter ficado a cargo e Luísa Nunes aka Benjamim. Uma viagem de exploração e afirmação, tanto em termos musicais como líricos. As letras, por sua vez, revelam várias perspetivas e histórias de amor e de vida, uma narrativa típica do “coming of age” constituída por canções intemporais e nas quais nos reconhecemos.

Deixem-se ir e descubram Joana Espadinha, afinal “O Material Tem Sempre Razão”.

BIOGRAFIA

Como apresentar uma nova cantautora?”

Título pouco habitual para usar como título de uma biografia. Como despertar a atenção dos media para uma nova proposta musical de uma artista que, embora não estreante, não deixa de ser uma “nova artista”?

Confuso? Compreendemos. As canções que vos pretendemos apresentar não surgiram num quarto de uma qualquer teenager que ao longo dos últimos meses tem partilhado canções nas plataformas sociais. Não, não tem essa história. Nem tão pouco as cores cintilantes de um qualquer programa televisivo de talentos em que à “revelação” de uma capacidade vocal de inegáveis recursos abençoada por um jurado iluminado se juntasse agora um talento admirável para compor músicas. Não, não tem esse lado glamoroso.

Joana Espadinha tem um percurso diferente, um caminho surpreendentemente clássico que é, à luz do que o mundo contemporâneo nos parece dizer, cada vez menos sinónimo de interesse e curiosidade. Será?

Pois… a cantautora que aqui nos traz começou doutra forma. Sim, teve salas de ensaios em garagens mas a adolescência desviou-a para o Direito e assim foi até que, qual epifania, imediatamente após a conclusão dos estudos de advocacia, deu início a uma ligação académica que ainda hoje mantém com a música. Primeiro no Hot Clube, depois no Conservatorium Van Amsterdam para a licenciatura de Jazz. E aqui talvez seja melhor fazer um dos primeiros checkpoints deste texto – quantos estarão a equacionar abandonar a leitura? Hot Clube... Jazz…; ou, pelo contrário, quanto se interessaram mais...?

Por entre apresentações em nome próprio e como convidada, surge associada a nomes como Afonso Pais, João Hasselberg, André Santos ou João Firmino. À sua colaboração enquanto cantora, junta as suas letras e composições (“ainda mais nomes ligados ao Jazz…” estarão alguns a pensar). Leciona Canto na Escola de Jazz Luiz Villas-Boas no Hot Clube de Portugal e no curso de Jazz da Universidade de Évora.

Em 2014, dá o passo “normal”: publicou o seu primeiro disco, “Avesso”. Por entre referências de carácter positivo na media especializada e o reconhecimento dos pares, o disco fez o seu percurso, deixando expectativas para quem havia visto mais do que a forma e se interessou pela lírica que ali se afirmava. Era uma espécie de disco de fusão e isso, em si, diz muito (checkpoint dois – a partir daqui é tudo para “novo”).

“Leva-me a dançar” foi o primeiro single do segundo álbum desta artista, permitam-nos, desta nova artista. E não, não nos estamos a contradizer. Aliou-se a Luís Nunes, aliás Benjamim, e durante mais de um ano trabalhou com o músico e produtor na materialização de um conjunto de 11 canções. Depois, “Pensa bem”, o single que antecedeu a publicação de “O material tem sempre razão”. Sim, é mesmo “o material tem sempre razão”. Joana ouviu a expressão ao pai inúmeras vezes mas foi quando da construção da canção que dá título ao álbum que a epifania se ocorreu - o que me levou a escrever uma canção com esse título (e dá-lo ao álbum) esteja bem mais próximo do que significa para mim esta viagem de ser artista e mulher nos dias de hoje - as expectativas, os sonhos, os rótulos que nos impõem, como um sapato de Cinderela que não escolhemos, nem nos serve no pé.

Diz quem o ouviu – nós – que estamos perante verdadeiras canções. Têm a riqueza poética e musical que nos agarra, embala e faz sonhar. E que nos contagia para voltar a ouvir, saboreando as palavras, perseguindo linhas de baixo trauteando o refrão, e conseguindo atingir uma das coisas boas da música, a vontade de partilhar, ouvir com alguém, mostrar a toda a gente.
 

E voltamos ao sítio de onde partimos - “Como apresentar uma nova cantautora?”. Afinal é fácil. Oiçam a música da Joana Espadinha, afinal “O material tem sempre razão”.

 

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