"Depois da fome, da guerra, da prisão e da tortura, vi abrir-se a minha terra, como um cravo de ternura".
50 anos de Liberdade celebrados num espetáculo onde as vozes ecoam emblemáticas canções dos cantautores da Revolução de Abril explorando novas sonoridades e despertando memórias, numa viagem através da música e da palavra.
Inserido nas comemorações do seu 108.º aniversário, o orfeão de Águeda tem o prazer de partilhar o palco com Miguel Calhaz através do seu mais recente trabalho - ContraCantos; que constitui uma homenagem ao 25 de abril, onde um homem e o seu instrumento desafiam a gravidade dos tempos, reavivando mensagens de um passado que se quer fazer sentir presente... Vem assim à luz o legado de Zeca, Fausto, Adriano, Sérgio e José Mário nesta forma incandescente de os musicar.
Desdobram-se os cantos do contra, do protesto feito de amor e vice-versa, neste trabalho que pretende honrar quem tanto lutou para que o seu legado chegasse até nós. Como um motor sensorial, voz e contrabaixo trabalham lado a lado, rebuscando em ambos recursos que almejam atingir uma espécie de inteligência artesanal, subjetiva e imperfeita - tal como tudo o que é belo, ou não; plena de tentativas e erros, tal como a História.