Um “elefante na sala” é uma expressão amplamente reconhecida, empregada metaforicamente para denotar realidades ou dilemas tão óbvios que não podem ser simplesmente ignorados. Este fenómeno não é estranho aos campos da democracia e dos direitos humanos, onde muitas vezes os seus valores são tratados de forma superficial ou desconsiderados. Esta exposição, assumindo um pendor crítico e poético, reúne um conjunto de obras e artistas que apontam com evidência, ou fazem emergir alguns dos problemas atuais dos valores democráticos de forma mais ou menos directa, mais ou menos simbólica, mais ou menos acutilante, mais ou menos subtil.
A este posicionamento junta-se a particularidade de todas as peça integrarem o têxtil (quer através da sua materialidade ou conceptualização) e as suas questões intrínsecas (identidade, género, tradição, sociologia, sustentabilidade, territorialidade) na sua materialização.
Os trabalhos dos artistas Karin van der Molen, Nuno Nunes-Ferreira, Barbara Long, António Barros, Ana Perez-Quiroga, João Galera, Manuel Santos Maia, Rubén González Calzada, Susana Cereja, Prudência Coimbra entre muitos outros, apresentam-se como “bandeiras metáfora”, onde o têxtil é suporte, criador de espaços livres e de inscritos manifestos, próximo, também e sempre, ao corpo.